Com minhas próprias mãos abro esta porta
Que dá para o jardim do esquecimento
Onde vejo a cisterna e vejo a horta
De água e fruto inválidos. Movimento
De asas infinitas os ares corta
E fecha o meu aberto pensamento
No ponto essencial da linha torta
Que do ser é limite e acabamento
Com minhas próprias mãos cultivo a terra
Da morte: a terra ex-terra, a finis terra,
E o adubo da Imemória manuseio
O gesto de lançar uma semente
É como um gesto de adeus; só e ausente,
Neste jardim eu próprio me semeio.
Joaquim Cardozo
domingo, 13 de fevereiro de 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
este é o jardim onde nos semeamos...e colhemos sempre o que plantamos!
Há que enfrentar a vida de frente.
Levo-te comigo para os meus links
Enviar um comentário