quinta-feira, 3 de agosto de 2006

... Libano e Enviados Especiais ...


... Vejamos se conseguem adivinhar de quem vos falo.
É já tradição, sempre que ocorre um conflito ou uma catástrofe, as televisões mandarem os seus melhores repórteres para o terreno. Assim acontece em todo o Mundo, ou melhor, em quase todo o Mundo. Em Portugal uma das nossas televisões consegue o feito, inaudito, de ignorar por completo a sua melhor repórter, nomeadamente no que a conflitos no Médio Oriente diz respeito, e manda segundas linhas que mantêm boas relações com a chefia (chefia mas pouco).
Sabendo-se que o ponto nevrálgico deste conflito se situa no sul do Libâno, não seria de estranhar que os jornalistas para lá se deslocassem. Só que nem todos assim fazem, um dele mantêm-se em Beirute e afirma a pés juntos que não se consegue fazer a viagem para sul, só que todos os outros lá estão. Como se não bastasse e após muita pressão lá foi o enviado especial um pouquinho a sul, mas mesmo assim as coisas não correram bem. Lá chegado e junto aos destroços de casas particulares, logo o jornalista se viu rodeado por uma multidão de, conforme ele próprio afirmou na reportagem, "guerrilheiros do Hezbollah". Os alegados "terroristas" queriam roubar-lhe o passaporte e a camera, isto segundo os relatos emocionados do enviado especial. Só que, como som de fundo, o bravo repórter deixou os gritos dos "guerrilheiros". Diz quem entende Árabe que na realidade o perigo foi enorme, é que os ditos "guerrilheiros" estavam a pedir ao valente repórter e ao seu operador de camera que os acompanhassem para verem no terreno os estragos e as vítimas, todas elas civis, provocados por mais um bombardeamento judeu.
O repórter em questão, que até é uma pessoa sensacional, deverá para a próxima não deixar no "canal 2 do áudio" o som ambiente pois assim evitará, por certo, mais situações embaraçosas como esta. Enquanto isso a melhor repórter da televisão portuguesa meteu baixa pois já se torna difícil enfrentar tanta humilhação e manter a dignidade e a saúde mental intactas.
Também que poderíamos esperar de "chefias" que, aos gritos afirmam, não querer um "bom alinhamento estragado com factos"...

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando vi o nome no comentário a um post noutro blog não acreditei que fosse "O" José Carlos Soares.
Sinceramente pensei "mais um aproveitador que usa um nome conhecido para lançar o blog".
Afinal não, e ainda bem que não, porque foi com imenso prazer que reencontrei uma das figuras que mais admiro na nossa comunicação social.
Não posso mentir, nem devo, e não vou dizer que te sigo a carreira, na verdade a maior quota parte da minha admiração resulta do tal programa de televisão, polémico e odiado por alguns mas adorado por muitos mais, do qual resultou (penso eu) a frase que dá nome ao blog.
Bom, não me alongo mais. Foi um prazer enorme descobrir, ler, reencontrar, e prometo voltar porque sei que valerá sempre a pena.
Um abraço.

PS: desculpa o "tu cá tu lá" mas além de termos sensívelmente a mesma idade, facilita bastante a comunicação nestas andanças.