sexta-feira, 2 de março de 2007

...Confusão nas ruas de Lisboa...


... Lisboa foi hoje abalada por um monte de "trabalhadores" que se lembraram de antecipar o fim de semana e vir às compras até à capital, sufocando o já de si sufocante trânsito alfacinha. Se efectivamente todos eles fossem "trabalhadores" estariam a trabalhar e não a atrapalhar aqueles que procuravam trabalhar mas, não se conseguiam deslocar devido ao transito infernal.
Quantos milhões de euros não se perderam hoje devido a tanta falta nos locais de trabalho?
É certo que a maioria dos que estiveram nas ruas de Lisboa eram reformados, desempregados e dirigentes sindicais, sectores que pouco ou nada contribuem para a produtividade nacional, mas não deixa de ser um dia de trabalho que se perdeu. Porque não fazer a manifestação durante o fim de semana?
Por outro lado foi triste ver largas centenas de "manifestantes" fazerem "olhos moucos" à manifestação e encherem as tascas um pouco por toda a cidade. Pessoalmente, eu que nem votei no partido do Governo nem faço parte do eleitorado de "esquerda" que ajudou a eleger Sócrates, reconheço que não restam outras soluções ao primeiro ministro senão assumir as opções que tem assumido, pese embora o facto de, a cada dia que passa, verificar a imensa insatisfação que sentem os portugueses.
São muitas as injustiças que penalizam os portugueses que, efectivamente, querem trabalhar: Carga fiscal excessiva, incerteza com o futuro da segurança social, precariedade no trabalho, insegurança nas ruas, custo de vida elevado, salários mais baixos que nos restantes paises da União europeia, taxas de juro elevadas, compadrio evidente entre os elementos dos diversos grupos politicos, em suma deteriorização evidente das condições de vida em relação aos restantes parceiros da União. Exige-se uma Nova Ordem, baseada em principios verdadeiramente justos e democráticos, alicerçados em fundamentos de Liberdade, Fraternidade e Igualdade. Uma sociedade onde todos os seus elementos sejam tratados com justiça e não se registem situações de clamorosa desigualdade como as verificadas com as chorudas reformas de alguns politicos e gestores e com os "obscenos" casos de administradores que são afastados de empresas publicas para depois serem contrados a peso de ouro pelo mesmo estado para outras empresas também elas publicas.
Será a "manifestação" publica, numa sexta-feira de trabalho, o caminho mais correcto para mostrar a insatisfação?
Vieram milhares até Lisboa, alegadamente para defender os direitos dos portugueses, mas foram igualmente milhares os que foram prejudicados pelo caos que se instalou na capital.
Não foi a "maioria" que, democraticamente, elegeu o governo que temos?
Talvez se em próximos actos eleitorais os portugueses assumirem outra atitude e mostrarem um "cartão amarelo" à classe politica, votando massivamente mas recusando as opções que lhes são apresentadas, a classe dirigente arrepie caminho. Contudo, não se pense que a melhoria das condições de vida é apenas da responsabilidade dos nossos politicos. Enquanto a mentalidade dos portugueses não se alterar dificilmente os governantes poderão fazer melhor, cidadãos que recebendo do desemprego estão a trabalhar "por fora", situações de baixa médica que não correspondem à verdade, fuga aos impostos e pouca produtividade são realidades indesmentíveis.
Tal como disse Kennedy não se trata apenas de saber "o que pode este País fazer por nós, mas sim o que cada um de nós pode fazer por este País".

Sem comentários: