terça-feira, 25 de janeiro de 2005

... Um Homem um voto?... Não!

... Confesso que nem sempre pensei desta forma. Quando à uns anos na Universidade Católica o meu professor de História das Ideias Políticas defendeu esta tese assumo ter ficado chocado: " O meu voto não deveria valer o mesmo que o voto de alguém que não sabe ler nem escrever, de alguém que não sabe a diferença entre esquerda e direita, que vota neste ou naquele partido porque lhe dizem para o fazer"... Hoje compreendo perfeitamente o que queria dizer. Não posso concordar com este sistema, um Homem um voto, principalmente depois de ter ouvido numa rádio local uma senhora, aparentemente idosa, que assumiu não conhecer uma letra do tamanho de um burro, mas que conhecia o Presidente da República e que sabia que ele, o senhor presidente, tinha "mandado embora o Santana Lopes" por isso, dizia a senhora, "o senhor presidente é que sabe o que é melhor para o Povo, ele é o nosso pai e se ele o mandou embora vou votar nos outros..."
Valha-me Deus, sejam quem forem os "outros", isto meteu-me medo... o senhor presidente o nosso "Pai"? (Nunca mais falaria à minha Mãe), como é que o meu voto pode valer o mesmo que o desta senhora?

4 comentários:

Anónimo disse...

É um facto mais que consumado... dia após dia, a nossa sociedade vai criando e alimentando neo-fascistas... reveja o Artigo 13.º da CRP...

Anónimo disse...

A democracia moderna, vive dessa injustiça de sermos obrigados a ser "todos iguais".
Os imigrantes também ajudam à Festa!
;)
A

Anónimo disse...

É feio imputar a culpa do analfabetismo aos próprios analfabetos... todos nascemos com os mesmo direitos... a sociedade sim, essa está cada vez mais suja, errada e corrupta... quanto aos imigrantes, permitam-me a ousadia de culpar os nossos "tão competentes" políticos pelo "tão competente" trabalho que têm vindo a realizar ao longo dos últimos anos...

ehlá disse...

É uma pena, antes de mais, que quem permite a crítica livre e democrática seja criticado deste modo. Digo-o por duas razões. Em primeiro lugar porque o comentador democrata, arauto da liberdade e que faz, no exercício dos seus direitos democráticos uso dessa mesma liberdade não deve nunca recear assinar e assinar-se. O comentáro anónimo é pois, nesta perspectiva, desprezível.
Em segundo lugar, porque persiste a confusão em relaçõa ao que é ou foi o fascismo, quem são ou foram os fascistas e o que defendem ou defenderam. talvez um dia possamos, aqui ou noutra sede,falar um pouco mais sobre isso. Como não sabem o que é ou foi o fascismo, divertem-se a insultar os outros, os que são democratas e exercem essa democracia, os que lhes permitem a crítica, os que assinam o que pensam, chamando-lhes fascistas ou, no caso neo-fascistas.
Por último um abraço forte ao José Carlos pois ainda que possamos não estar sempre de acordo com as suas ideias não podemos deixar de lhe reconhecer aquilo que os que o criticam anónimamente não têm. Coragem!
Abraço forte.