sábado, 4 de outubro de 2003

BREVE DISSERTAÇÃO SOBRE O FUTEBOL PORTUGUÊS...PARTE 2

(Continuação e Conclusão)

Outro dos problemas, graves, do futebol português tem a ver com os maus dirigentes que gravitam nos clubes e nos orgãos dirigentes da modalidade. Na sua grande maioria verificamos que os dirigentes são os mesmos há cerca de 10/15 anos, sendo notória a ausência de antigos praticantes nos orgãos de decisão, situação inversa à da maioria dos Países mais evoluidos. Uma gradual integração de "sangue novo" no dirigismo seria uma medida positiva para o real desenvolvimento do Futebol português em todas as suas vertentes.

Também a arbitragem suscita repetidas críticas de todos os quadrantes. É inegável que os árbitros portugueses são medíocres, não têm classe e salvo raras e honrosas excepções estão mal dirigidos. Continuam a fazer-se favores, nomeadamente através dos delegados que pautam as suas observações e classificações por interesses dúbios.
Também aqui se torna imperiosa uma alteração profunda nos dirigentes da arbitragem, bem como na forma de recrutamento dos candidatos.

Outra questão que prejudica gravemente o futebol português tem a ver com a quase "falência real" em que se encontram os clubes. Os clubes vivem num estado de magalomania instituída, branqueada pelas entidades oficias, que em nada beneficia a modalidade. É quase obsceno que clubes não satisfaçam as suas obrigações, fiscais, contractuais e outras e continuem a usufruir da possibilidade de participar nas competições. É lamentável que existam atletas sem receber há muitos meses e que os clubes devedores contratem e inscrevam novos jogadores. A adopção de algumas das medidas enunciadas anteriormente poderia ajudar à sanidade financeira dos clubes.

Finalmente não posso deixar de olhar para os paises mais desenvolvidos e constatar que, apesar de toda a rivalidade existente entre todos os clubes, em poucos se vive o ambiente de quase "estado de guerrilha" que se vive em Portugal. À uns anos a esta parte o processo de "divisão do país" entre Norte e Sul serviu interesses económicos, políticos e desportivos, por isso mesmo a rivalidade desportiva assumiu contornos graves. Uma profunda alteração dessa mentalidade, distorcida e pouco inteligente, impõem-se urgentemente. Para que financeiramente o futebol possa tornar-se mais saudável é necessário levar as pessoas aos estádios porque as transmissões televisivas já não garantem as receitas megalómanas de há uns anos atrás. Neste estado de terror que se vive nos estádios e principalmente fora deles são poucos os que se aventuram a presenciar um espectáculo de futebol.

(Prometo não falar de futebol tão cedo... a não ser para me referir ás eleições no Meu Benfica)

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